As nuvens vem e vão E hão de sombrear o dia, As vidas passam em vão Em busca de uma redenção tardia E diz-se que existe um caminho Para tua salvação, para a luz d'alegria Ouça ao longe o clamor! É a voz de quem segue sozinho, de quem pede por e pelo amor Ouça de perto tua mágoa É parte de um rio turbulento o choro Desalento, logo em calmaria deságua Queria eu ter amor e sentir de perto o ardor As nuvens, antes alvas, escurecem Chovem lembranças e regam esperanças Das vidas que agora são salvas A voz do vento avisa que já vai passar Levando as nuvens devagar tudo vai recomeçar E o tempo vai seguir, fluir como teu rio Não vai perdoar, vai apagar o teu riso Os objetos, as amizades, as verdades viram areia E a ampulheta vai continuar, sol incendeia Queria eu ter um sol e sentir de perto o calor Dada, está a dádiva das nossas vidas No final, só nos restam histórias, dores, memórias Porque, afinal, as vidas tem seu curso, seu custo.
Tempo de amar O tempo de amar é toda hora Não é maré que vem e vai embora Momento de exaltar as melhores sensações Sentir e exalar as mais fortes emoções
O tempo de amar é o sempre É o sempre estar por perto Se aventurar num destino incerto É sempre buscar o nosso sempre
O tempo de amar é todo dia Enquanto o mais belo se aprecia Nossos amores são como fase lunar São novos, crescentes e cheios... Cheios de alegria, de pureza Cheios de harmonia e delicadeza Cheios de carinho, do verdadeiro amar E, assim, não podem minguar
O tempo de amar é toda hora É sempre, todo dia, é agora! Então viva teus amores Liberte-se de tuas dores O tempo de viver, de amar é hoje Lembrar-se do que foi Não lamentar o 'se fosse'...
Solitária estrela no céu cintila Somente eu e meu silêncio inspirador Sei que já não posso mais senti-la Suave tormento que só me inspira à dor
Oh, Brisa Noturna! Conduz-me à sensação semelhante À minha adocicada idealização Nos sonhos- me vem o teu semblante Na realidade- minha feliz desilusão
Supostos sussurros de um passado Afirmam meu mundo acizentado, sem cor Para sempre meu futuro assombrado Amaldiçoado, profundo, acidentado amor
Oh, Brisa Noturna! Faz-me o teu leve sopro Leve consigo a graça da saudade Nos sonhos- meus delírios por amar-te Na realidade- meus desejos pela morte
Sem sorte, o corte que sangra Segue e desliza em meu inquieto peito Intensas loucuras, imagem santa E a paz se faz em meu leito...