De certa forma, estive feliz com o blog, pois andei conseguindo deixá-lo atualizado com alguma frequência desde que voltei a escrever nele no ano retrasado. Escrevi, escrevi, escrevi. Criei, criei, criei. Matei, matei, matei. Arteorizei, arterrorizei, arteei, artesourei e pretendo continuar assim. 2013, um ano de aprendizado: tanto pessoal quanto profissional. Coloquei-me de frente à loucura - não foi a primeira vez, mas, talvez, a mais marcante. Frequentei a Ala de Tratamento Psiquiátrico (ATP), e lá vi uma linha amarela, intransponível, presente nos sonhos e pesadelos e pensamentos de todos que a viram, ah sim. Era a linha, divisória, representativa da loucura do outro - ah, o outro - e a minha sanidade - quanta ilusão. Conheci crianças autistas. (Re)aprendi a olhar sem hierarquia, alteridade da igualdade, um exercício diário. Saí de um estágio e entrei em outro totalmente sem planejamento prévio. Dia após dia, vi que as oportunidades se apresentam e corri atrás do que quis, mesmo que com pouco tempo de planejamento. Conquistei e falhei. Idealizei projetos. Pessoalmente, aprendi a respeitar-me, a não me submeter. Permiti-me sentir, calar, gritar, sair, chegar, voltar, voar, cair e voar novamente. Afastei o que era torpe e cínico e dei valor ao bem. Nova mente, está são. Estações em mim. Ganhei cicatrizes e fiz
minha primeira tatuagem. Led Zeppelin, vento na cara e um brinco de
pena. Ah, a tal "pena"! Penso que esse foi um símbolo representativo
desse ano -
na pele riscada e e pendurada no furo feito na carne, mas, ainda assim,
leve e suave, tal qual
meu coração. A pena, a trindade, a eternidade e o universo. Tive novas sensações. Experimentei. Empiristualizei.
Espiritualizei. Orei. Acreditei e desconfiei. Olhei mais para as estrelas, busquei
mais respostas e, como de costume, encontrei...mais perguntas. Ah, o céu me encantou e isso não é novidade. Entretanto, fiz coisas inéditas e que não acreditava que faria um dia. O que não se muda em três meses ou em um dia! Por outro lado, não escapei da
monotonia do cotidiano - normal. Depois
de oito anos, juntei-me, novamente, a um amigo e montei um projeto musical. Esperem pelo som que tá bem bacana.
Epifonia, criada em 2012, ainda continua de pé. Fiz meu primeiro show - com a Epifonia - em um Pub e fui remunerado (risos); toquei na embaixada britânica por cerveja importada e só bebi antarctica - palha HAHA. Ganhei um vinho por ter feito uma das melhores apresentações em um karaokê. Foram pequenas conquistas musicais, mas que me fizeram orgulhoso. Sim, cantei muito, mas silenciei o dobro. Sofri de mau olhado e que tenha ficado pra trás. Apresentei-me e despedi-me, mesmo sem gostar disso. Viajei. Não conheci tanta gente nova. Joguei
truco uma vez apenas no ano, após uns quase dois anos de pausa e não joguei sinuca. Tirei foto com meus ídolos dos 15 anos, e meu eu-de-15-anos-espinhento ficou feliz. Manifestei. Subi no Congresso Nacional por um país melhor. Não fiz tanta coisa que queria e fiz coisa que não queria. Fui a vários shows muito, muito bons, mas senti saudade dos shows zoados que frequentava. Cozinhei melhor, conheci e acompanhei séries novas -Allons-y! Fiz minhas esquisitices que me tornam eu, endoidei várias vezes, mas fui mais quieto, bem mais quieto. Desesperei tanto, mas como dito, calei e tranquilizei, desapressei e fechei os olhos. Dormi muito, mas não me importo, porque eu gosto mesmo. Não escrevi meus sonhos. Reli minha alma; revi minha vida, minha luta, meus valores; gastei minha força; bebi minhas culpas, meu veneno e meu vinho; escrevi minhas cartas, meus começos, meus tropeços, meu(s) caminho(s); podei meu jardim. E agora é continuar caminhando...como se alguém lesse ou se importasse com isso aqui HAHAHAHAHA