Ode ao Ultra-Romantismo!

quinta-feira, 18 de junho de 2009
(Clicar na imagem para ampliar - O bebedor de absinto por Viktor Oliva)

Loucura é só o que sinto...
Absinto, que abstrai a lucidez
Dai inspiração ao velho poeta
Em meio à febre que o afeta

Dai o spleen, bebida calorosa
Que a noite é jovem, fria e é formosa!
Que a névoa de lágrimas cubra o dia morto
E o mal-do-século cure o verso torto

Que o uivo à lua seja rouco
Pois a tosse revela a enfermidade
Que o meu viver seja de todo o mais louco
Para dar razão à terrestre efemeridade...

E a vela arde em sutil luminosidade
Enquanto nós morremos, em tão tenra idade!
Suicídio da métrica, da forma, de modo vil,
Somos os mais malditos nesse mundo sombrio

O calor do delírio sua a carne pálida
Apesar de vagarmos em noite gélida
Somos os solitários em insônia febril
Somos os mais malditos que alguém já viu!

Os filhos da chuva, do vinho e da morte,
Ciganos vivendo da mais pura sorte!
Acenda esse fogo só por um minuto
Pra que eu queime o poema num grave charuto...


Por Sallazar e Pandora.

4 surtos poéticos/patéticos:

Pandora disse...

É fato, a gente nasceu na época errada.Isso é bom por um lado, faz com que achem que somos originais ;)

Rafael Assis disse...

Minino, assim vc terá uma overdose de ultra Romantismo!
Chega de tabernas, bebedeiras, palidez e sinestesias!
Tire um tempo, vá para o campo, fuja da cidade, colha o dia, e durma com ovelhas!
Também posso te apresentar o meu amigo Gregório, q também sofre de muitos conflitos internos, pensamentos luxuriosos e adora escárnios, apesar de ser muito religioso.
;D

Mari Fernandes disse...

ah eu lembro desse =p
ficou legal pacas, adorei!!

Mari Fernandes disse...

meu favorito! genial
=]