Monstrinhos. Vejo monstrinhos em todo lugar. Das velhas lendas de bruxas e vampiros aos personagens modernos de histórias de terror e mitos urbanos pra boi não dormir! Uma bela noite que, certamente, deixaria Lord Byron ou Mary Shelley orgulhosos. Entretanto, não há medo. Não há hiperventilação, taquicardia ou rigidez muscular - nenhuma reação fisiológica que justifique o medo. Depois de velhos, nossos medos mudam. As figuras que nos amedrontavam não o fazem mais. O silêncio e a solidão nos dão muito mais medo que um possível bicho-papão. A ausência da figura do monstro em si nos faz preencher o barulho do vento com nossos piores pesadelos. O monstro não está debaixo da cama ou dentro do guarda roupa - está em/ é você, que vê o que teme onde não há. Tememos o indesejado até nos neo-monstros: pedófilos, psicóticos e psicopatas, em toda sua monstruosidade de violação da lei social e, principalmente, da lei da natureza - afinal, são monstros, desapropriados de toda e qualquer humanidade por conta de suas discrepâncias do comportamento socialmente e naturalmente aceito. Um disfarce para nossa própria monstruosidade renegada em máscaras de monstro ou em monstros sem máscara. É noite de Helloween.
Um dos meus filmes preferidos na infância!
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