Repentinamente, se derrama, uma a uma,
Em cada gota d'água tombada da escuridão
Que se espalha pela chão e a terra perfuma,
Mas que ecoa tal qual vozes em lamentação
Se derrama toda a tristeza em forma de prece
Pintada com tinta a base d'água, com clareza
Em traços simples, pincelados com a destreza
De quem está dentro da tormenta e se esquece
Oh, o céu que se desmancha em água e bruma
Conta o tempo da ampulheta, de grão em grão
E, de pingo em pingo, até que um dia acostuma
A se envelhecer chorando a benta purificação...
E eu não sei se é mesmo a chuva que entristece
Ou se a razão de chover é a própria tristeza!
Pois a água que afoga, afaga em dócil gentileza
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