"Um olhar distante
Diz tanto."
Quando desabrocha, sem aviso, o devaneio lírico
E se mostram os detalhes ao observador profundo
Tão fundo que, acordado, tem seu estado onírico
O sonho vívido que desperta em tua fulgura
E se liberta do controle, sequer por um segundo
Onde o juízo se confunde em criador e criatura!
Lá no fundo da figura da própria fantasia oriundo
Quisera eu acreditar ser isto apenas sonho
E também em toda ilusão que se apresenta, triste
Neste mundo medonho, atroz, meu olhar tristonho
Se vai pra longe, instante onde o tempo não insiste
Existe, mas desiste de imperar neste mundo
Que, no lampejo pálido do breve devaneio onírico
Revela o sonhador lunático, tão triste e vagabundo
Que, nos olhos carrega seu admirável mundo lírico
A revoada de folhas em ventos de ternura
Plumas e pétalas que mergulham no céu profundo
Único abrigo que se cabe o louco e a sua loucura
De sonhar são - a ventura de um desatino fecundo
E sou o cenário quimérico que componho
No olhar que outrora era tão distante e tão triste
Em um sonho que diz tanto, e este olhar risonho
Segue adiante, delirante no sossego que persiste
O imaginário mais real se põe à minha frente
Ou real imaginado que cruza a fronteira que estala
Tal qual a face do espelho que estatela claramente
Na realidade como ela é: quisera eu poder sonhá-la!
1 surtos poéticos/patéticos:
A realidade se faz também de quimeras e fantasias, são os sonhos que movem os poetas, sonhos ou ilusões, se são mesmo poetas estão fadados a este privilégio ou maldição de sonhar intensamente como loucos nas nuvens, excelentes estes teus versos,
um cordial abraço, Luiz.
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