Meio Cheio e Meio Vazio.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

De companhia, tenho um cinzeiro
E um copo cheio de preocupações
Culpas, medos e vãs lamentações

O calor frio que emana do isqueiro
Dá forma evanescente em ilusões
Na fumaça que adentra os pulmões

         Sento só, um copo cheio
         Conto um, dois e três
         E viro, assim, de vez!
         Ainda só, um copo vazio
         Agora de fé e lucidez
         Vazio de vida - talvez!

Sentado à beira do desfiladeiro
A borda deste copo, confirmações:
O vácuo que se firma por invasões

E preenche, se ocupa por inteiro

Do vazio dos espaços - reflexões
A vida: das lacunas às inundações

         ...em copos cheios e vazios
                                  cheios e vazios
                                          chiso e vaziops
                                             chesosi e~; vjaizose
                         


Incen diário.

domingo, 14 de setembro de 2014

"A solidão é meu cigarro
Não sei de nada e não sou de ninguém
Um vinho, um travo amargo e morro
Eu sigo só porque é o que me convém"
Zeca Baleiro.

Sentei
Sozinha 
E acendi um cigarro 
O riso, meu amor, 
É a véspera do escárnio 
Deixei consumir-se
O tabaco de cravo, 
A fria fumaça 
Se formando em pigarro. 
Ficar aqui, 
Ou uma volta de carro?
Inalei o vapor 
Que evanescia em escarro, 
Mortalha sutil 
De um jogo de baralho: 
A realeza vil de 
Um bêbado solitário. 
Sou rainha regente 
Do meu próprio obituário: 
Suicídio com fogo 
Do coração incendiário.

Por L. C. G.