Livre-arbítrio-não-tão-livre.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Como essa maldita consegue fazer até meu choro parecer banal? Amar pra ela não é o suficiente, sofrer por ela também não, ou seria outro que demanda? Mesmo assim não há certeza no fim. Antes fosse coração partido, mas a dúvida é inimigo maior. Na bacia de almas jaze a colheita de mentes vazias. Um homem desesperado é capaz dos maiores feitos, destruir monstros e descobrir forças que não conhecia ainda. Quisera meu coração estar sangrando, mas, sem rumo, sou inútil, se vou ou se fico, tudo é treva.
Na estrada estou, sim, e a que preço? Liberdade talvez, mas o vândalo tem de aprender a viver com o vazio, aquele que chamam de infinito. No conforto segurança era a promessa, e, ainda que frívola, às vezes parece melhor que a fria realidade. Na lâmina a promessa de liberdade, mas sei que é saída dos fracos, minha opção é definhar na minha própria existência patética, isso sim é a saída dos heróis.


Por A.L.

Anedonia.

Há ainda uma presença que prevalece,
mas há a ausência.

Uma presença que me dá um resto de vida,
mas que sangra o peito.

E há a ausência que sangra ainda mais
me rasga atroz, imensa,

Permanece um sopro de esperança,
porém afoito em descrença

Em cada silêncio meu, há um grito
E em cada sorriso, há também o pranto...
Em cada canto há incerteza, tristeza minha
Em cada linha que precisa de ponto final.

E agora, não há mais nada.
Talvez o segundo de cada.


Diariamente Notívago.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012
"As my memory rests
But never forgets what I lost
Wake me up when september ends"


Não há quem guarde a minha dor
E nem há nada que a sustente
Não há leito que a repouse,
Ou pose e disfarce que aguente

Eu me desarmo quando deito
E ela vem cambaleante
À procura de um leito pra ficar
Ainda que eu diga - Não!
Não entre, aqui não permaneça
Vai embora e se esqueça de mim...

Ela me ignora, vem e se abriga
Falsa amiga, vem na hora errada
E faz de mim sua morada
...sem permissão

Mas eu me peço perdão
Pois, se entrou, viu porta aberta
Que eu deixei sem perceber
Ou sem querer (perceber)

E irá assim permanecer, encostada
Pra que sempre entre um feixe de luz
E espante o meu medo do escuro...
...até que eu possa sonhar em paz

Adormece a dor enquanto penso
Em bons momentos, em outros mundos
Janela afora, desejo adentro.
E agora ela se acolhe aqui dentro
E se aquece e se esquece quando deixo...

Eu a guardei nos sonhos,
Mas no sono não dormido
No desejo bem claro
Durante a noite.

E eu só quero aprender
A driblar a dor sagaz
Quero reencontrar a paz
Sem precisar adormecer.
Na noite escura
E deserta
O peito se enche de amargura
E se aperta...
E implora pra um vento
Encostar só mais um pouco a porta
Entreaberta...