Diariamente Notívago.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012
"As my memory rests
But never forgets what I lost
Wake me up when september ends"


Não há quem guarde a minha dor
E nem há nada que a sustente
Não há leito que a repouse,
Ou pose e disfarce que aguente

Eu me desarmo quando deito
E ela vem cambaleante
À procura de um leito pra ficar
Ainda que eu diga - Não!
Não entre, aqui não permaneça
Vai embora e se esqueça de mim...

Ela me ignora, vem e se abriga
Falsa amiga, vem na hora errada
E faz de mim sua morada
...sem permissão

Mas eu me peço perdão
Pois, se entrou, viu porta aberta
Que eu deixei sem perceber
Ou sem querer (perceber)

E irá assim permanecer, encostada
Pra que sempre entre um feixe de luz
E espante o meu medo do escuro...
...até que eu possa sonhar em paz

Adormece a dor enquanto penso
Em bons momentos, em outros mundos
Janela afora, desejo adentro.
E agora ela se acolhe aqui dentro
E se aquece e se esquece quando deixo...

Eu a guardei nos sonhos,
Mas no sono não dormido
No desejo bem claro
Durante a noite.

E eu só quero aprender
A driblar a dor sagaz
Quero reencontrar a paz
Sem precisar adormecer.
Na noite escura
E deserta
O peito se enche de amargura
E se aperta...
E implora pra um vento
Encostar só mais um pouco a porta
Entreaberta...

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