Saudade.

domingo, 12 de agosto de 2012
Difícil aprender a sentir, mas tão natural. Paradoxal...
talvez por isso seja uma palavra que não tenha tradução em alguns idiomas

No limiar do pranto preso em agonia
Transborda a minha tristeza, translúcida
Que em breve alívio a essa dor tão tímida
Revela, no olhar, o que a boca silencia

E, nos silêncios de dia após dia
Corre, em meu rosto, a tinta translúcida
E pinta em tons amargos a vida, insípida
Que segue assim, com gosto de apatia...

Mas resta ainda um fulgor dormente,
Um resto de luz que me acende a graça 
E traz um sorriso, ainda que dolente

Vivo, então, paradoxos d'uma despedida: 
Guardo a lembrança que o peito despedaça,
E que, no entanto, me alimenta a vida.



"És parte ainda do que me faz forte
Pra ser honesto só um pouquinho infeliz..." - Renato Russo


2 surtos poéticos/patéticos:

Mari Fernandes disse...

Aplaudi, brother. Ficou muito foda.

Nany disse...

Como sempre, muito profundo e me fazendo parar pra refletir.