quarta-feira, 21 de novembro de 2012


"Eu vi que o céu me atrai bem mais que o chão
Mas é tão cruel contemplar sozinho a imensidão"


Nunca andei olhando pra frente, pois o chão sempre me pareceu melhor opção, mais atraente. Percebi que, na verdade, ando olhando mais para os lados que normalmente, como se procurasse algo - perdido ou nunca tido. Talvez um rosto no meio de vários. E no meio de tanta gente chata, eu não encontrei você. Eu acabei é ficando chato também. Não tenho encontrado muita coisa nessa procura. Nem sequer a cura da minha loucura. Pura desilusão. Percebi também o quão cruel pode ser esse tal 'acaso' ao qual tenho me rendido: como probabilidades de eventos aleatórios podem mudar tanto em tão pouco tempo? Talvez procure aquele rosto que sempre via. Sempre. Com exatos cem por cento de chance de o evento ocorrer. As probabilidades mudaram e não vejo mais o rosto.  Restou o nunca. Parece-me, às vezes, que esses desencontros do acaso são de propósito. Quanto paradoxo, quanta indecisão.



4 surtos poéticos/patéticos:

Luiz Rosa Jr. disse...

Vejo que continuas plenamente inspirado poeta, e sobre a cura para a loucura, acho que não há, principalmente se essa loucura leva ao amor, a gente acaba por ocultar esta loucura em nós ou ideia diante do que não vivemos ou sonhamos. Excelente, teu escrito fez-me pensar, um cordial abraço.

Mari Fernandes disse...

Toca aí! E vamos dançar a canção dos ultra-romanticos pseudo-desapegados e auto-traidores, daqueles desesperados pela cura de si mesmos. Oh, vida! Oh, azar...

Augusto Rocha disse...

Tem que olhar pros lados mesmo! They're coming for us, mano!!

Rayanne Coelho disse...

Gostei muito desse poema! Aliás, você escreve muito bem. Parabéns.