segunda-feira, 9 de dezembro de 2013


A ausência te incomoda? Acostuma-te a incompletude, posto que esta é tua condição imutável! Costumo eu pensar que, de permanente, nesta vida, apenas a mudança. Não neste caso, porém. A descoberta do 'zero' representou, na época, um paradoxo, pois era difícil imaginar a quantificação e a representação do nada, do inexistente. Considera-se, logo, o zero como sendo uma das maiores invenções da humanidade, pois abriu espaço para a criação de todas as operações matemáticas que são conhecidas atualmente. Não é natural visualizar o vácuo, parece uma ilusão, utopia. Mas ele está lá. É a falta que preenche, ou vai me dizer que você não leu e entendeu "ausência"? Mas não há nada ali, não é? Sim, há. Há uma lacuna. A ação da retirada do grafema gerou a reação de completá-lo. Automático? Inconsciente? Anseios vãos. Indo um pouco mais além, não necessariamente cabe um i ali. Um "i" de imaginário no meio de uma ausência real. Podia ser qualquer coisa que preenche essa ausênc a - um F, G ou h; um 0; um traço; ou, simplesmente, o nada. Não se sabe. Só se sabe que esse objeto foi perdido e preenchido por aquilo que 'deveria caber ali'. Todos os dias acordamos e corremos. Corremos cegamente atrás de algo, que nem se sabe o que é, pois, se soubéssemos - verdadeiramente, não haveria o afã da busca, afoita. Falta Deus ou faltam sapatos até que haja a descoberta do              .

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