Abissal

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

No oculto, a fenda, abertura
Divisa até onde a luz alcança,
Na qual a sombra não avança,
Mas à espreita, atenta, perdura

Na profundeza dantesca obscura

A mesma luz que revela, ofusca
Enquanto a treva orienta a busca
Pelo vulto, contorno da criatura

O abismo que reivindica a rendição

Para imergir devagar na escuridão
Tal tragédia do naufrágio dos navios

E fazer morada entre os abissais
Até que os mistérios e os vazios
Não hão de se esconder nunca mais.





"Não há despertar de consciências sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão." - C.G.Jung



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