domingo, 11 de agosto de 2013

De carro, andava depressa, tal qual a velocidade dos meus pesamentos naquele momento, que correm, correm e se perdem sem chegar a lugar algum. Imprudência, talvez. Não o meu pensar demais - se bem que, às vezes, isso pode também ser considerado imprudente e indesejável, mas sim o fato de estar depressa e desatento. Ruas vazias e o vento tão gelado no rosto que mais parece uma navalha cortando a carne. Onde foi parar o meu lirismo? O verso morreu. Amanhã tenho coisas para resolver. Quanta coisa, qualquer coisa. Acordar cedo. Correr, correr. Humanos são surpreendentes: tantas futilidades que fazem sentido nas suas pequenas realidades imersas em todos os eventos da imensidão do universo. Até que avisto um quebra-molas. Freio, mas desisto de frear e acelero mais para passar. Passei. Apenas uma rápida turbulência, seguida de tranquilidade novamente. Mas, seria prudente passar assim pelas turbulências? Rapidamente? A longo prazo, depois de muito se apressar pelas perturbações, desalinha-se o eixo, perde-se um pouco do rumo correto, já que não se pôde aprender com aquele momento, pois ele passou depressa demais, enquanto se corria apressado demais. E quando menos percebo, o quebra-mola já está tão longe que nem olhar no retrovisor eu posso mais. E aí eu lembro por que eu tenho que consertar o som do meu carro...

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